Professores do IF realizam pesquisa sobre impactos das queimadas na Amazônia sobre a Saúde
Nos meses de agosto e setembro, devido à ação humana e a fatores climáticos, as queimadas aumentaram significativamente na Amazônia Ocidental, sobretudo na região do arco do desmatamento. Diante desse problema, o professor Alexandre Hudson, do núcleo de Educação Física do IFMG – Campus Bambuí, juntamente com a professora Nathália Kelly de Araújo, do Instituto Federal de Rondônia, e o pesquisador Marcos Felipe de Oliveira Galvão, do Karolinska Institutet (Suécia), estão realizando análises de diversos indicadores de saúde de moradores das cidades de Guajará-Mirim, Nova Mamoré e Porto Velho, todas em Rondônia.
Por meio do projeto de pesquisa “Queima de biomassa na mesorregião amazônica Madeira-Guaporé: efeitos sobre a saúde humana”, aprovado no edital Universal CNPq 2023, e em parceria com o Instituto Karolinska (Suécia), foram instalados três sensores para avaliar a qualidade do ar em termos de concentração de material particulado. Desde então, o grupo de pesquisa vem se dedicando à análise dos dados da poluição atmosférica e sua relação com a saúde, e os resultados têm sido muito alarmantes. “Nossos dados preliminares apontam que, durante o período de alta queima da floresta — isto é, principalmente em agosto e setembro —, os níveis de material particulado 2,5 permaneceram muito acima do considerado aceitável, tanto pela OMS (máximo de 15 µg/m³) quanto pelo CONAMA (máximo de 25 µg/m³)”, disse Alexandre.
O material particulado 2,5 é um dos componentes mais prejudiciais entre os aerossóis, pois consegue transpassar os pulmões e atingir a corrente sanguínea, desencadeando problemas pulmonares, cardíacos e de inflamação sistêmica.
A equipe de pesquisadores realizou a primeira coleta no período de baixa queima da floresta (janeiro a março) e irá comparar a saúde dos mesmos moradores agora, durante o período de maior poluição do ar decorrente das queimadas. A pesquisa, além de evidenciar os impactos reais das queimadas na qualidade do ar da região, também traz dados relevantes para outras áreas do Brasil que sofrem não apenas com a poluição atmosférica proveniente da Amazônia, mas também com as queimadas em seus próprios biomas.
Fonte: Professor Alexandre Hudson
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